Informação sobre cistite, causas, sintomas e tratamento da cistite, identificando formas de a diagnosticar e procedimentos para a sua cura.


Dicas de como evitar a cistite

Deixamos algumas dicas para evitar a cistite:
  • Beber muito líquido, desde que não alcoólico. Isso faz com que a urina seja eliminada com mais rapidez, eliminando-se as bactérias antes que elas se multipliquem (1,5 a 2 litros de água/dia).
  • Nas mulheres, após a evacuação a higiene deve ser feita com ducha ou chuveiro. Não usar papel higiênico.
  • Tratar a prisão de ventre, se houver.
  • Deve-se evitar roupas apertadas e roupas íntimas de tecido sintético.
  • Procurar o ginecologista aos primeiros sinais de corrimento ou inflamação vaginal.
  • Tomar banho de chuveiro em vez de banho de imersão (banheira).
  • Lavar os genitais e períneo com água e sabonete após defecar ou urinar.
  • Fazer a higiene anal no sentido vagina-ânus.
  • Evitar o uso de sprays, desodorantes, perfumes ou duchas íntimas.
  • Urinar logo após a relação sexual. Antes de urinar fazer higiene.
  • Evitar prender, segurar ou adiar a micção.
  • Higiene perineal e genital antes e após o ato sexual.
  • Evitar o uso de preservativos não-lubrificados.
  • Boa dieta alimentar para assim evitar distúrbios intestinais.
  • As diarréias e prisões de ventrea lteram o equilíbrio das bactérias intestinais e podem provocar uma infecção urinária.
  • Dê preferência a alimentos integrais, verduras, frutas e sempre muita água.

Prevenção da cistite recorrente

A antibioticoprofilaxia é o método mais efetivo na prevenção das infecções do trato urinário inferior recorrentes. Consiste na administração de antibióticos em doses baixas, podendo ser feita de forma contínua ou pós-coito Na antibioticoterapia contínua, as opções mais comuns, com menores efeitos colaterais e pouco onerosas, incluem a nitrofurantoína, na dose de 100 mg/dia, seguida do cotrimoxazol (associação sulfametoxazol+trimetroprima) e de quinolonas.
A duração da profilaxia deve ser de, no mínimo, seis meses e uma urocultura deve ser solicitada ao término da terapêutica.
O sulfametoxazol+trimetroprima (SMTTRP), na dose de 400 mg + 80 mg/dia reduz efetivamente o risco de infecção do trato urinário em cinco anos. Entretanto, devido ao aumento da resistência bacteriana em até 70% na América Latina, esse fármaco deve ser reservado somente em pacientes reconhecidamente nãoalérgicas, e com a prevalência local da resistência em urina isolada menor que 15% a 20%.
A profilaxia pós-coito reduz a frequência de infecções do trato urinário inferior recorrentes por meio de dose única de antimicrobiano antes ou depois do coito.
Os antimicrobianos de escolha devem ser os mesmos da antibioticoprofilaxia contínua e indicados, sobretudo, nas pacientes em que a ocorrência da infecção do trato urinário está relacionada ao coito. Estudos mostram que este esquema é tão efetivo quanto o esquema contínuo, mas em doses menores9,10(B). Pode-se utilizar cotrimoxazol (400 mg + 80 mg), norfloxacino (200-400 mg), nitrofurantoína (50-100 mg) ou ciprofloxacino (125 mg). Contudo, deve-se preservar o uso de ciprofloxacino nessa indicação, considerando sua importância no tratamento de infecções sistêmicas graves, inclusive por Pseudomonas aeruginosa.

Tratamento da cistite recorrente

A antibioticoterapia deve ser realizada da mesma forma e com os mesmos antimicrobianos empregados no tratamento das infecções isoladas. Nos casos de difícil controle, a quimioprofilaxia de baixa dosagem por 3 a 6 meses é uma das condutas mais aceitas. Doses subterapêuticas de antibióticos podem alterar a habilidade das bactérias em aderirem às células do hospedeiro, impedindo a formação de fímbrias, ou então, quando estas são sintetizadas, se apresentarem de forma aberrante. Esta forma de tratamento diminui as recorrências em 95% dos casos, quando comparadas com placebo. A profilaxia pós-coito está indicada naqueles casos em que os episódios de cistite estão relacionados à atividade sexual. Esta estratégia prevê o uso de dose única de antibiótico pós-coito, sendo recomendado, também, o esvaziamento vesical nessa ocasião. A automedicação orientada é indicada em pacientes orientadas que não aceitem o tratamento prolongado, desde que o trato urinário seja completamente normal. Nesses casos o tratamento por três dias ou com dose única deve ser iniciado a partir do início dos sintomas. A reposição hormonal em mulheres pós-menopausa, com evidências de alterações causadas pelo hipoestrogenismo, está indicada como medida adjuvante, utilizando-se creme vaginal à base de estriol ou promestriene, desde que não haja contra-indicação ginecológica.

Tratamento da cistite

O tratamento é baseado em antibióticos, geralmente com rápida remissão dos sintomas. Nos casos de cistites de repetição, após os exames, algumas vezes torna-se necessário o tratamento profilático (preventivo) que poderá ser instituído pelo médico.
Cabe aqui um alerta quanto à automedicação em caso de cistite.
Por ser velha conhecida de alguns pacientes, logo aos primeiros sintomas, “aquele remédio” receitado em um episodio antigo ou aquela medicação que uma amiga usou pode não ser a ideal para você desta vez. O abuso de antibióticos é a causa mais comum no aumento da resistência bacteriana. Sendo assim, procurar o médico é a melhor opção sempre.

Tratamento da cistite bacteriana aguda não complicada

O tratamento da cistite bacteriana aguda não complicada baseia-se em medidas gerais e específicas. Entre as medidas gerais, o uso de analgésicos, antiespasmódicos e antiinflamatórios não-hormonais pode ajudar a melhorar o desconforto das pacientes. As medidas específicas consistem na administração de antimicrobianos. Os exames de urina (urinálise e urocultura) podem não ser necessários antes do tratamento em pacientes com sintomas típicos. O regime antimicrobiano mais empregado atualmente é o de curta duração (dose única ou regimes de até 3 dias, dependendo da farmacocinética do antimicrobiano) em detrimento do tratamento convencional (7 a 10 dias). O regime de curta duração favorece a aderência ao tratamento, tem menor incidência de efeitos colaterais, menor custo e induz menor alteração da flora vaginal e retal, sem comprometimento da eficácia, segundo vários ensaios clínicos.

Causas da cistite intersticial

Alguns dos sintomas de cistite intersticial assemelham àqueles de infecção bacteriana, porém testes médicos não revelam organismos na urina. Além disso, pessoas com cistite intersticial não respondem à terapia com antibióticos. Pesquisadores estão trabalhando para entender as causas da cistite intersticial. Muitas mulheres com cistite intersticial possuem outras condições médicas, como síndrome do intestino irritável e fibromialgia. Cientistas acreditam que cistite intersticial possa ser uma manifestação na bexiga de uma condição médica mais geral em vários órgãos e partes do corpo.

Sintomas da cistite intersticial

Os sintomas variam de caso a caso, e mesmo na própria pessoa. Os pacientes podem experimentar desconforto moderado, pressão, sensibilidade ou dor intensa na bexiga e área pélvica. Os sintomas podem incluir necessidade urgente e/ou freqüente de urinar. O dor pode mudar de intensidade à medida que a bexiga enche ou esvazia de urina. Os sintomas nas mulheres geralmente pioram durante a menstruação. Elas também podem algumas vezes sentir dor durante intercurso vaginal.

Tratamento da cistite intersticial

Nenhuma possibilidade de cura foi até ao momento encontrada para a doença, apenas existem meios de aliviar os sintomas. O tratamento é altamente individualizado não havendo nenhum medicamento que actue igualmente em todos os doentes com cistite intersticial.
O tratamento pode consistir em drogas por via oral, intilações vesicais, distensão vesical, neuro-estimulação, terapêutica por laser ou ainda várias formas de cirurgia.

Cistite intersticial (síndrome de dor vesical)

A cistite intersticial (CI), também conhecida como síndrome de dor vesical é uma inflamação crónica não bacteriana da bexiga com sintomas dolorosos e perturbadores. Inicialmente pode assemelhar-se a um infeção bacteriana mas os antibiótiocs não têm qualquer efeito.Os sintomas característicos são: dor, imperiosidade e frequência urinária:
  • Dor vesical que aumenta com o preenchimento da bexiga; a micção normalmente diminui a dor e dá uma sensação de alívio; dor abdominal baixa (pélvica) por vezes irradiando para a região inferior das costas; a dor pode também ser inguinal e nas coxas. Na mulher dor na vagina. No homem dor no pénis, escroto e períneo. Ambos os sexos podem ter dor na uretra.
  • Uma vontade imperiosa, intensa de urinar.
  • Micção frequente mesmo de noite.
A dor pode ser sentida como um ardor intenso na bexiga, sob forma de espasmos, na e à volta da bexiga, ou dor vaginal penetrante, ou ainda uma sensação de pressão (peso) na bexiga. Pode ser constante ou intermitente. A dor pode tambem espalhar pelo chão da pelve e para a região lombar inferior.
Os sintomas podem começar espontaneamente, sem qualquer razão aparente, por vezes a seguir a uma operação, particularmente- no caso da mulher- após histerectomia ou outra cirurgia ginecológica, após o parto ou seguindo-se a uma infeção grave da bexiga.
Trata-se de uma condição vesical principalmente encontrada na mulher (90%).
Aproximadamente 10% dos doentes com cistite intersticial são homens que podem no passado ter sido diagnosticados como sofrendo de prostatite não bacteriana (inflamação da glândula prostática) ou prostatodínia (dor com origem na próstata).
As agudizações espontâneas bem como a remissão são um aspecto característico da cistite intersticial. Muitas mulheres notam que os seus sintomas são exacerbados antes do período menstrual e durante a menopausa.
As relações sexuais podem ser dolorosas tanto para o doente de sexo feminino como masculino e para alguns tornam-se mesmo impossíveis.
Muitos doentes sentem os seus sintomas exacerbados com o stress quer de natureza física quer emocional. Mas é importante realçar que não há qualquer evidência que seja o stress uma causa da cistite intersticial.
A necessidade constante e imperiosa de urinar pode ser um obstáculo determinante ao trabalho, às viagens, às visitas a amigos ou simplesmente a ir às compras. Quando fora dos limites do seu domicílio a vida do doente com cistite intersticial é dominada pela pergunta “ onde poderei encontrar a próxima toillette?”
Não obstante uma investigação considerável sobre múltiplos aspectos da cistite intersticial, a causa é ainda desconhecida. Começa aceitar-se gradualmente que a cistite intersticial poderá não ter uma causa única, podendo de facto ser um síndrome multifactorial caracterizado por uma resposta inflamatória da parede vesical, que poderá basear-se numa série de diferentes factores, alérgicos imunológicos, neuro-vasculares, infeção vírica ou bacteriana e, mesmo factores ambientais. Existem muitas teorias sem que de momento haja uma resposta.
Nenhuma possibilidade de cura foi até ao momento encontrada para a doença, apenas existem meios de aliviar os sintomas.
A cistite intersticial pode tambem estar associada com dor nas articulações e músculos, fadiga, doenças gastrointestinais, fibromialgia, alergias e intolerância a medicamentos. A cistite intersticial é mais frequente que o normal em doentes com síndrome de Sjögren e doenças tiroideias.

Sintomas de Cistite

A infecção do trato urinário baixo (cistite), quando sintomática, exterioriza-se clinicamente pela presença habitual de disúria, urgência miccional, polaciúria, nictúria e dor suprapúbica.
Febre, neste caso, não é comum. Na anamnese, a ocorrência prévia de quadros semelhantes, diagnosticados como cistite, deve ser valorizada.
O aspecto da urina pode também trazer informações valiosas: urina turva (pela presença de piúria) e/ou avermelhada (pela presença de sangue), causada por cálculo e/ou pelo próprio processo inflamatório.

Cistite bacteriana

As cistites bacterianas se caracterizam por uma resposta inflamatória da mucosa da bexiga à invasão bacteriana da bexiga e tem como principais sinais e sintomas: ardor urinário, aumento da freqüência de micções, desejo freqüente de urinar,dor no abdome inferior e até sangramento urinário.
Estima-se que, nos Estados Unidos, mais de cinco milhões de pessoas sofram de cistites bacterianas todos os anos. É muito mais freqüente na população feminina e corresponde a quase 2% das causas de consultas médicas nas mulheres norte americanas.
O principal mecanismo de contagio na mulher é ascendente (por bactérias do trato intestinal e vaginal), mas também pode haver contaminação pelo sangue, linfa ou extensão direta de órgãos vizinhos.

Prostatite

A prostatite é a condição inflamatória da próstata. Pode ser classificada em aguda ou crônica e ter origem infecciosa ou não infecciosa.
A síndrome dolorosa pélvica, antes denominada prostatodinia, é uma entidade distinta na qual a dor perineal crônica não tem origem comprovadamente prostática. A prostatite bacteriana aguda caracteriza-se por dor perineal, febre, calafrios, sintomas miccionais irritativos (urgência miccional, polaciúria, disúria) e até retenção urinária aguda. Necessita de pronto tratamento, pois pode evoluir para sepse e abscesso prostático e se disseminar para órgãos adjacentes como o epidídimo e testículo. Ao exame físico, o toque digital mostra a próstata aumentada de volume, amolecida e dolorosa. A prostatite bacteriana crônica, geralmente tem sintomas brandos e graus variados de disfunção miccional, e caracteriza-se por infecções urinárias recorrentes, causadas pela persistência do patógeno no sistema secretor prostático. O tratamento das prostatites deve ser realizado com antimicrobianos que apresentem elevada biodisponibilidade no tecido prostático e, geralmente, deve ser prescrito por tempo prolongado.

Pielonefrite Xantogranulomatosa

A pielonefrite xantogranulomatosa é uma forma anatomopatológica da pielonefrite crônica, caracterizada pela presença de macrófagos, contendo gordura em seu interior (xantomas). Embora sua origem seja desconhecida, ela se apresenta freqüentemente associada a litíase renal ou processos obstrutivos. A doença pode envolver todo o rim e comprometer o espaço perirrenal ou pode ser segmentar. O diagnóstico clínico da doença é difícil por se assemelhar ao tumor renal. Anorexia, perda de peso, massa abdominal palpável e dor lombar são observados também em tumores renais. Febre, leucocitose, leucocitúria, cultura de urina positiva e antecedentes de Infecções do trato urinário sugerem a possibilidade de pielonefrite xantogranulomatosa.

Pielonefrite crônica

A pielonefrite crônica, não representa uma síndrome clínica típica, sendo essa designação empregada empregada para caracterizar a achados histopatológicos (fibrose cortical e lesão túbulointersticial) ou radiológicos (deformidade calicial e retração parenquimatosa). A pielonefrite crônica pode evoluir com quadro clínico de infecções recorrentes, piúria, anemia e emagrecimento. O diagnóstico pode ser retardado pela inespecificidade do quadro clínico.

Pielonefrite

A infecção do trato urinário alto (pielonefrite), que habitualmente se inicia como um quadro de cistite, é habitualmente acompanhada de febre – geralmente superior a 38 graus centígrados –, de calafrios e de dor lombar, uni ou bilateral. Esta tríade febre + calafrios + dor lombar está presente na maioria dos quadros de pielonefrite. A dor lombar pode se irradiar para o abdômen ou para os flancos e, mais raramente, para a virilha, situação que sugere mais fortemente a presença de cálculo, com ou sem infecção, na dependência da presença dos outros sintomas relacionados. Os sintomas gerais de um processo infeccioso agudo podem também estar presentes, e sua intensidade é diretamente proporcional à gravidade da pielonefrite.
A maioria dos pacientes com pielonefrite refere história prévia de cistite, geralmente detectada nos últimos seis meses.

Infecções Urinárias

A infecção do trato urinário é uma das doenças infecciosas mais comuns.
Bacteriúria é definida como a presença de bactéria na urina, que pode ser assintomática ou associada à infecção aguda ou crônica do trato urinário. Cistite e uretrite correspondem a síndrome que consiste em disúria, urgência miccional, polaciúria e desconforto suprapúbico acompanhada ou não de infecção do trato urinário superior.
Pielonefrite aguda é uma infecção dos rins e é descrita como uma síndrome febril, com dor em flanco e/ou região lombar acompanhada ou não de disúria.
A prevalência de bacteriúria em mulheres é de 1 a 3%. Das mulheres, 10 a 25% terão um episódio da infecção do trato urinário sintomática durante a vida. A prevalência de bacteriúria entre os homens é
menor que 0,1% e geralmente associada a anormalidades anatômicas como obstrução. As mulheres grávidas têm risco aumentado de bacteriúria, com prevalência entre 4 e 7%. Das gestantes com bacteriúria 25% desenvolvem infecção urinária. Entre os idosos a prevalência de bacteriúria sobe para 10% nos homens e 20% nas mulheres, como conseqüência de hipertrofia prostática, prolapso de bexiga, bexiga neurogência.

A cistite e o sexo

A atividade sexual freqüente aumenta o risco de cistite. Cerca de 80% dos casos ocorrem nas 24 horas que se seguem ao coito.
Um súbito aumento da freqüência da atividade sexual aumenta o risco de cistite, especialmente se a mulher usar diafragma. Mulheres que se relacionam sexualmente pela primeira vez ou que o fazem intensa e freqüentemente, especialmente após um período longo de abstinência, podem desenvolver cistite. Esses casos são chamados de "cistite da lua-de-mel".
Preservativos não-lubrificados traumatizam as paredes vaginais e aumentam o risco de cistite.
A cistite aguda bacteriana costuma ser bastante incômoda e, não raro, faz com que a paciente procure ajuda médica prontamente.