Informação sobre cistite, causas, sintomas e tratamento da cistite, identificando formas de a diagnosticar e procedimentos para a sua cura.


A fruta que vence a cistite

Existem publicações que referem a utilização de cranberry para combater a cistite.

A cranberry é usada há séculos para combater as infecções provocadas pela Escherichia coli. Esta fruta vermelha, comum no hemisfério norte, é usada há vários séculos como remédio. Existem dados que identificam o seu uso pelos índios americanos e canadenses para resolver problemas urinários. No século 17 os americanos usavam-na para conservar os alimentos e para limpar feridas de flechas venenosas. Hoje já se sabe que a cranberry ajuda a evitar cáries e protege o coração, uma vez que tem ação antioxidante, como a maioria das frutas vermelhas.
No Brasil, ela é encontrada em suco e geleia, feitos a partir da polpa importada, e também é conhecida como Oxicoco. O seu gosto é meio azedo, não agradando a todos os paladares. Pode ser usada no tratamento de infecções urinárias recorrentes, uma vez que eleva a acidez da urina e possui uma substância chamada antocianidina, que impede a fixação da Escherichia Coli, na parede da bexiga.
Para além de ser um alento para quem sofre de cistite, a cranberry é rica em flavonóides, substância que combate e evita o câncer, além de diminuir o colesterol ruim. Alguns médicos recomendam o uso de meio litro do suco de cranberry, duas vezes por dia, para evitar a cistite, mas é preciso cautela para quem apresenta cálculo renal.
Um levantamento de vários estudos sobre a cranberry, compilados pela Cochrane Collaboration, rede dedicada à revisão de estudos na área da saúde, divulgado pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, mostrou o sucesso dessa fruta no combate às infecções urinárias recorrentes.
Outros estudos mostram que desde o século 17 a planta é usada para combater problemas estomacais, perda de apetite e câncer.
Esta fruta é rica em muitos fitonutrientes, como proantocianidina, flavonóides, ácidos fenólicos, taninos condensados e, como todo o bom alimento, acaba na mira de quem quer ganhar dinheiro de modo fácil. Na internet muitos sites vendem cápsulas com o extrato de cranberry e o valor pode chegar a R$ 200,00 (duzentos reais). É preciso ter cuidado, pois não existe dose segura, nem estudos que comprovem sua eficácia nessa forma. Sem qualquer risco, é o trivial suco da fruta, que apesar de não ser muito saboroso é uma ajuda.

COMO USAR A CRANBERRY
Como a fruta é nativa dos Estados Unidos e rara em nosso país, para aproveitar os seus benefícios a melhor forma é encontrar um importador da polpa pura. Com ela pode fazer sucos e geleias. O suco já preparado pode ser encontrado em grandes redes de supermercados. Como já vem diluído em boa quantidade de água, pode não ser a melhor opção. Deve-se também ter cuidado com o tipo de produto. Há histórias escabrosas de especialistas em burlar a boa fé das pessoas, que misturam vários tipos de sucos e vendem como se fosse a autêntica cranberry.

O que é Cistite Recorrente

A cistite de repetição é causada por persistência bacteriana ou por reinfecção por outro microorganismo. Assim, torna-se indispensável a urocultura sistemática para distinguir estas duas situações, pois o seu tratamento é distinto.
Em caso de persistência bacteriana é necessário excluir a presença de «focos» no trato urinário, tais como, cálculos, refluxo vesico-ureteral, pielonefrite crônica, malformações congênitas, obstrução, etc. A remoção destes «focos» é geralmente curativa.
Quando a reinfecção urinária é a causa da cistite de repetição, a doente deve ser avaliada quanto à existência de factores de risco tais como: pobre ingestão hídrica com diminuição da frequência das micções, uso de diafragmas e/ou de espermicidas, excesso de cuidados de higiene com o uso de produtos que diminuem a flora comensal e a obstipação. Em algumas mulheres é possível estabelecer relação entre a actividade sexual e a infecção. O hábito de urinar após o coito pode por si só diminuir as recorrências.
Quando, apesar da correção destes factores de risco permanecem as infecções de repetição, deve-se utilizar a terapêutica farmacológica.
Antibioprofilaxia contínua em baixas doses diminuiu as recorrências 95% mais eficazmente que o placebo. Em geral é utilizado o TMP-SMX ou a nitrofurantoína em toma única diária, ou então após o coito nas mulheres em que as infecções surgem relacionadas com a actividade sexual.
Nas mulheres pós-menopausa está indicada a reposição intravaginal de estrogêneos.
Pode ser tentada a estimulação do sistema imunitário (vacinação), recorrendo à administração oral de estratos de bactérias (ex.: Urovaxon®).